Saúde mental e obesidade

Você sabia que obesidade e saúde mental têm relação? Conforme a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o estresse psicológico pode contribuir para o ganho de peso e obesidade. Ocorre é que a ansiedade leva, em muitos casos, ao aumento do consumo de alimentos, ao descontrole do apetite e à compulsão alimentar. Portanto, além de afetar a saúde física, causando doenças como problemas no coração e diabete, a obesidade pode, sim, ser causada ou causar problemas psicológicos, debilitando a saúde mental.

O estresse surge em vários momentos: ou seja, de pressões sociais, profissionais e, até mesmo, durante a vida acadêmica. Em cada fase dessas passamos por mudanças, que ocasionam, muitas vezes, temores e angústia, entre outros sentimentos que funcionam como desencadeadores de estresse e, por consequência, de agravos na saúde. Esses fatores podem contribuir para que uma pessoa mais propensa recorra à comida como um mecanismo de enfrentamento, levando ao ganho de peso e, eventualmente, à obesidade. Vira um ciclo. O fato é que inúmeras pesquisas apontam que a relação entre a obesidade e a depressão é bidirecional, ou seja, o sobrepeso e a obesidade podem aumentar a probabilidade de depressão, do mesmo modo como as pessoas com sobrepeso estarão mais propensas à depressão e à ansiedade.

É preciso compreender que a influência da saúde mental no aumento do peso não ocorre somente pelo consumo excessivo de alimentos calóricos e gordurosos, mas também em virtude da liberação de dois hormônios no corpo, um responsável pelo estresse – o cortisol – que estimula a produção de gordura no organismo para ser utilizada em casos de crise alimentar ou momentos de luta; e outro responsável pela sensação de bem-estar – a serotonina – a pessoa ansiosa acaba comendo em excesso como busca inconsciente para amenizar sensações desagradáveis, como estresse, cansaço, solidão, tristeza e raiva.

Portanto, a obesidade, que também tem fatores genéticos, pode ainda ser consequência de um comportamento ansioso, de pessoas com um ritmo acelerado de vida, sem tempo para se alimentar saudavelmente e para realizar atividades físicas. Porém, há indicativos de que pequenas mudanças de estilo de vida podem auxiliar, mas é importante sempre prestar atenção aos sinais e procurar ajuda especializada.



Fontes: Sociedade Brasileira de Obesidade (ABESO) / Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (Sbemo)