As grávidas do período da pandemia, apesar da alegria de vivenciar a gestação, tiveram a vida marcada por inúmeras indagações e temores quanto ao futuro. Mas, aos poucos, as dúvidas deram lugar à esperança e agora todas as gestantes e puérperas, maiores de 18 anos, com ou sem comorbidades, foram incluídas na vacinação contra o coronavírus no Rio Grande do Sul. Uma população estimada em 117.541 mulheres que podem ser imunizadas com as vacinas Coronavac e Pfizer.
Infelizmente, a inclusão como prioridade no Plano de Imunização Nacional, se deve ao agravamento da pandemia e ao crescente aumento da mortalidade materna registrada no Estado devido à covid-19. Gestantes e puérperas correm mais riscos de apresentarem complicações com a doença e os números de casos neste grupo são impactantes do ponto de vista epidemiológico. Foram 35 óbitos maternos de janeiro a abril de 2001, conforme Boletim Epidemiológico de Mortalidade Materna e Infantil do Rio Grande do Sul. Durante todo o ano de 2020, foram seis casos.
Recomendações
Para serem imunizadas contra a covid-19, as gestantes devem levar ao posto de vacinação o cartão pré-natal ou um exame laboratorial/ecográfico comprovando a gestação. As puérperas devem levar documento de registro de alta hospitalar pós-parto ou certificado de nascimento.
Também é recomendado que todos os médicos e profissionais de saúde sejam estimulados a divulgar a campanha de vacinação contra o coronavírus para as gestantes e puérperas. E não esquecer da importância do uso de máscaras, álcool gel, higiene e lavagem das mãos, isolamento e distanciamento social durante a gestação e puerpério para o enfrentamento da pandemia.
“Uma vacina protege dois”
O Movimento Lactantes pela Vacina, que surgiu em Salvador, na Bahia, conquistou o direito das mulheres que amamentam a prioridade na fila da vacina contra a covid-19. Com o lema: "Uma vacina protege dois", cinco Estados já incluíram lactantes no grupo prioritário: Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Minas Gerais. Além disso, a regra já vale em algumas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.
O movimento Lactantes pela Vacina surgiu de forma espontânea: algumas mulheres já falavam há tempos sobre a transferência de anticorpos por meio do leite e decidiram escrever uma carta aberta ao governo da Bahia, que as atendeu. "Vacinar é proteger o futuro", disse a representante do movimento no Rio Grande do Sul, Cíntia Barenho.