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Doação de órgãos - é preciso falar sobre o assunto
24/09/2020 |
O dia 27 de setembro foi escolhido como o Dia Nacional de Doação de Órgãos. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, sobretudo, promover o diálogo sobre o assunto. O tema ainda é polêmico e de difícil entendimento. O resultado é um alto índice de recusa familiar sobre a doação, apesar do Brasil ser uma referência mundial em transplantes.
Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida, uma oportunidade para pessoas que precisam. A legislação brasileira regulamenta a prática de doação de órgãos, mas prevê que a retirada de órgãos e tecidos de doadores falecidos só pode ser feita após autorização dos membros da família. Por isso, a importância do diálogo sobre o assunto, sobre o desejo de fazer a doação. Porém, observa-se que na maioria dos casos em que a família tem o conhecimento do desejo de doar do parente falecido, esse desejo é respeitado.
De acordo com estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) há três motivos responsáveis pela negativa dos familiares: incompreensão da morte encefálica, falta de preparo da equipe para fazer a comunicação sobre a morte e motivos religiosos. A manifestação do desejo aos familiares de ser um doador muda todo esse quadro, ultrapassa essas barreiras.
Atualmente, a doação enfrenta também o receio de contaminação pelo novo Coronavírus, tanto daqueles que precisam receber o órgão como pelos doadores. Desde que a pandemia chegou ao Brasil, em fevereiro, os doadores de órgãos desapareceram e as infecções por COVID-19 chegaram aos transplantados, despencando o número de cirurgias. O número de transplantes de rins, fígado, coração e pâncreas registrado até abril deste ano é 34% menor do que no mesmo período do ano passado, conforme dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
A boa notícia é que os hospitais especializados estão conscientes do problema e adotaram protocolos rígidos para reverter a situação. Alguns deles preparam alas específicas para as cirurgias, além da ordem aos profissionais da saúde de não atenderem áreas de enfrentamento da COVID-19. Portanto, esse é mais um desafio a ser enfrentado para salvar vidas, além do diálogo sobre a da doação de órgãos.
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