Você está em Blog > Saúde e Prevenção > Dislexia: atenção e afeto melhoram a qualidade de vida
Dislexia: atenção e afeto melhoram a qualidade de vida
08/10/2021 |
A ausência de informações sobre a dislexia ainda leva muitas crianças e pais ao sofrimento. Infelizmente, costuma ser detectada apenas com o início da alfabetização. Essa condição era confundida com desmotivação ou inteligência baixa. Jovens e crianças eram tratados como burros, quando na realidade apenas processavam as informações de maneira diferente. Levavam-se anos até chegar ao diagnóstico e, muitas vezes, a criança acabava desistindo de permanecer na escola em virtude do preconceito sofrido.
No entanto, hoje, com os avanços da medicina e da própria prática pedagógica já se conhece mais sobre essa condição e a realidade tem mudado. Mas ainda é preciso levar o máximo de informações às pessoas, pois somente dessa forma poderemos auxiliar - evitando a baixa estima e quadros de depressão, dando qualidade de vida às nossas crianças e garantindo o desenvolvimento delas, com amor e afeto.
DISLEXIA: O QUE É?
A dislexia pode ser considerada um transtorno de aprendizagem em que a falta de tratamento pode prejudicar a vida escolar de uma criança. A primeira característica comum a ser notada é a dispersão. Por exemplo, as crianças não conseguem manter o foco em um jogo e demoram mais a falar e a organizar a linguagem de modo geral. Aprender as rimas das musiquinhas do jardim da infância é difícil, assim como montar um simples quebra-cabeça.
Isso porque a dislexia é uma condição ligada à funcionalidade cerebral responsável por gerar problemas nos circuitos e conexões do cérebro. Essas áreas não se desenvolvem de maneira correta, o que leva a uma insuficiência de ligações entre as áreas responsáveis pela formação das competências de leitura e escrita. Assim, é como se a criança passasse a ter uma dificuldade muito grande para adquirir capacidades de entender, memorizar, raciocinar e interpretar conteúdos.
CAUSAS DIVERSIFICADAS
A dislexia pode ter causas bastante diversificadas, como problemas didáticos, problemas estruturais, culturais, falta de estímulos da família, nível socioeconômico inadequado, alfabetização deficitária. Há sinais precoces que possibilitam a identificação e o diagnóstico. Entre eles:
- História familiar de dislexia ou dificuldades de leitura;
- Problemas ocorridos logo no nascimento;
- Atraso de fala;
- Dificuldade de discernir desenhos de material com sentido gráfico (letras e números);
- Esquecimento frequente (aprendizagens que envolvem palavras, sons de letra);
- Pouca compreensão e memorização para rimas, letras de canções e parlendas;
- Pouca habilidade com sequências motoras ou pouca coordenação;
- Dificuldades com atividades espaciais;
- Dificuldade para lembrar nomes;
- Pouco prazer com atividades que envolvem livros e materiais gráficos.
Pais e professores devem estar por dentro de algumas informações cruciais. A primeira é que a dislexia não tem cura e nem é uma doença - é uma condição ligada à funcionalidade cerebral. A segunda é que precisa ser tratada com técnicas variadas. A investigação é multidisciplinar e pode abranger fonoaudiologia e outras técnicas, como as de metacognição, por exemplo.
O suporte escolar também é muito utilizado. Os alunos que convivem com a dislexia podem realizar tarefas dentro de sala por meio de estratégias organizadas pelos professores, como:
- Ler as questões das provas para os alunos;
- Dar mais tempo para a realização dos exames;
- Priorizar o conteúdo aprendido pelo aluno e não focar na ortografia;
- Permitir a atualização de tabuadas e fórmulas matemáticas em provas e demais avaliações.
- Usar trabalhos para somar pontos junto às provas escolares escritas, avaliando outras habilidades de finalidade acadêmica do aluno.
Compartilhe com os amigos!